Em breve, serão discutidos e votados na Assembleia
Legislativa da Região Autónoma dos Açores as Grandes Opções do Plano e
Orçamento Regional para 2015.
O anúncio do Governo Regional foi solene e expedito: o Plano
e Orçamento de 2015 serão os maiores de sempre!
Tem sido invariavelmente assim, todos os anos somos
brindados com mais um Plano e Orçamento maior do que no ano anterior.
Com o Governo Regional a desdobrar-se em explicações que
serão maiores os números do que no ano anterior, somos levados a pensar que
tudo corre de feição nos Açores que, pelos vistos, criam riqueza em crescendo,
aumentam exportações, criam emprego e empresas, e a dinâmica económica permite
que a pujança da economia regional acoberte um Orçamento maior e um Plano ainda
maior que consagre toda esta pantomina em que vivemos nos Açores.
Na verdade é disso que se trata; uma pantominice em
crescendo com uma mitomania que leva a termos sempre anúncios de milagres
económico-sociais que ninguém vê e que ninguém sente. Ou se calhar até alguns
sentem, mas esses estão bem acomodados na cortina de interesses que se move em
redor do poder na região.
A realidade é outra, e bem menos grandiosa do que nos é
pintada, de ano para ano, na arte de engalanar números num documento que, cada
vez mais, serve apenas os interesses eleitorais do partido do poder nos Açores.
E a realidade foi-nos trazida, ainda na passada semana,
pelos números do desemprego relativos ao 3º trimestre de 2014 em que os Açores
contam com a maior taxa de desemprego por regiões e estão já bem acima da média
nacional.
A tragédia do desemprego não tem sido enfrentada pelo poder
regional com verdadeira vontade de levar os Açores para outros patamares de
desenvolvimento, muito pelo contrário, está provado que não basta ao Governo
Regional nomear uma catrefada de tarefeiros para verificar dados e introduzir
valores em programas informáticos que resolve o verdadeiro problema da região
nem tão pouco consolida qualquer modelo de desenvolvimento que crie,
verdadeiramente, emprego.
Com o desemprego vem uma nova pobreza, acentuada pela
impreparação dos novos pobres de enfrentar essa condição de falta de recursos.
Uns pela vergonha social, outros pela incerteza do dia seguinte, são cada vez
mais aqueles que desesperam à espera que a "via açoriana" (há tanto
tempo que ninguém no Partido Socialista fala dela) cumpra uma qualquer agenda
para o emprego. Mas, infelizmente, a realidade não é a dos quadros cor-de-rosa
do poder regional.
E é por vergonha que já não falam nem da "via
açoriana" nem das "agendas" e dos "balcões" que
prometeram no início desta legislatura como sendo o novo paradigma do poder
socialista regional de um governo chamado de "novo", mas cujos
métodos estão cada vez mais velhos e gastos.
Infelizmente, é a realidade que desmente este poder
regional. De nada serve apresentarem sempre mais e melhor, se o seu historial é
sempre menor do que diziam e pior do que devia!
Teremos, de novo, o maior Plano e o maior Orçamento, mas
sempre com os piores resultados e com os maiores insucessos sociais.
É o socialismo Açoriano, em que tudo será maior e melhor no
papel, mas em que a realidade não podia ser mais preocupante, com os piores
resultados no desemprego, na pobreza, no abandono precoce da escola, etc., etc.
Nisso conseguem ser os maiores!