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Rádio Graciosa


02 setembro 2014

Director do Museu desmente acusações da Associação Cross-Over


Relativamente a um comunicado distribuído à comunicação social pela Associação Cross-Over, no dia 8 de Agosto de 2014, que atinge a credibilidade e a honra de Jorge Cunha, que profissionalmente exerce as funções de Director do Museu da Graciosa, em abono da verdade e no direito de resposta, em relação aos dois assuntos centrais do comunicado, a exposição “A Calçada Portuguesa no Mundo” e o livro “Graciosa- Calçada a Mosaico”, ambos da autoria e propriedade de Ernesto Matos, passo a esclarecer a população do seguinte:


Exposição “A Calçada Portuguesa no Mundo”

Na preparação da exposição “A Calçada Portuguesa no Mundo”, que associava a Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, ocorreram os seguintes factos e evidências:
Em Outubro de 2013, aquando da deslocação do autor e proprietário da exposição a esta ilha, numa reunião no Museu, ficou acordado entre Ernesto Matos, Franco Ceraolo e Jorge Cunha, a realização da referida exposição na sala de exposições temporárias do Museu, a partir da primeira semana do mês de Agosto de 2014, em alternativa à sua concretização no Reservatório de Água do Atalho, não obstante os trabalhos de levantamento efectuados por Franco Ceraolo com a colaboração de Agostinho Espínola, Assistente Operacional do Museu.
Na sequência deste compromisso a três, em Dezembro de 2013, inscrevi a referida exposição no Plano de Actividades do Museu para 2014, que foi aprovado superiormente.
No dia 28 de Fevereiro de 2014, recebi de Ernesto Matos, por escrito, a reconfirmação da realização da exposição no Museu.
A 16 de Abril de 2014, recebi um e-mail da Associação Cross-Over, reencaminhado por Ernesto Matos, cujo conteúdo passo a citar: “ontem Manuel Jorge Lobão e eu (Franco Ceraolo) tivemos a confirmação por parte do Presidente da Camara Municipal de Graciosa, que o lançamento do livro e a exposição fotográfica “A Calçada Portuguesa no Mundo” será feita na altura das Festas de Santo Cristo, no Pavilhão Multiusos na Praça São Francisco de Santa Cruz. Entao podes comunicar esto ao Diretor do Museu de Graciosa, Jorge Cunha”, fim de citação.
Por que razão surge a Associação Cross-Over nesta exposição se não era entidade parceira? E porque razão a Associação Cross-Over se “apropria” e altera o local da realização da exposição sem consultar previamente o Director do Museu?
Afinal, que entidade parceira foi afastada do projecto? Sem dúvida alguma o Museu da Graciosa!
Quando o comunicado da Cross-Over refere que “o Director do Museu, Jorge Cunha, em tempos envolvido em projecto similar”, só falta acrescentar “por nós afastado”.
Projecto similar! Qual? Existiu porventura outro projecto? Claro que não! O único projecto existente reporta-se à exposição “A Calçada Portuguesa no Mundo”, acordada entre os três parceiros em Outubro de 2013, o qual a Cross-Over não integrava.
Sob os subterfúgios de linguagem “em tempos envolvido em projecto similar, que na altura ficou em estado apenas embrionário”, o comunicado da Cross-Over teve dois fins em vista: distorcer e falsear a verdadeira ocorrência dos factos para confundir o público e ocultar a sua “manobra” de “apropriação” da exposição. Acusar injustamente o Director do Museu de “apropriação” da exposição, através da deturpação dos factos apresentados, é em sim mesmo uma “manobra” da Cross-Over e um acto inqualificável, que só pode ser de má-fé, uma vez que o Museu integrava o projecto. A distorção dos factos assim o demonstra. Logo, conclui-se que não foi o Director do Museu que se “apropriou” da exposição, mas sim a Associação Cross-Over.

Livro “Graciosa-Calçada a Mosaico”

Na edição deste livro, a sequência cronológica dos factos foi a seguinte:

Ernesto Matos, por escrito, desvincula-se da Associação Cross-Over, a 24 de Maio de 2014.
A 26 de Maio de 2014, Ernesto Matos, por escrito, informa Jorge Cunha de que “a partir de agora sou eu a tratar dos assuntos relacionados com a exposição e o livro”.
Ernesto Matos também contacta o Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, por e-mail e carta registada, ambos de 26 de Maio de 2014, comunicando que se desvinculou da Associação Cross-Over e solicitando apoio financeiro para a edição do livro, realçando que todo o processo está a seu cargo.
Na segunda semana do mês de Junho de 2014, numa fase em que o livro estava prestes a ser editado, Ernesto Matos solicita a colaboração do Museu no prefácio desta obra.
Em Agosto, sob a liderança e a pedido de Ernesto Matos, a Câmara Municipal e o Museu colaboraram na montagem da exposição e na preparação do lançamento do livro no Pavilhão Multiusos.
Se a Câmara Municipal considerou o livro de importância cultural para a ilha, apoiando-o financeiramente, entendendo que era uma edição apenas de Ernesto Matos, por que razão o Museu não poderia colaborar com o prefácio?
Neste processo também não se entende existirem “manobras mesquinhas” de “apropriação” indevida do trabalho de alguém, uma vez que o projecto (a edição do livro) foi conduzido pelo próprio autor e o contributo do Director do Museu se limitou à colaboração com o prefácio do livro, a seu pedido e em data posterior à sua desvinculação da Cross-Over. Na realidade, o projecto ficou nas mãos do próprio autor. Querer associar o Director do Museu à “apropriação” indevida do referido livro é um abuso desprovido de qualquer fundamento, uma distorção dos factos e um acto difamatório com objectivo intencional de atingir o Director daquela instituição.
Quanto à desvinculação de Ernesto Matos, pouco se pode dizer, mas hoje percebemos que se tratou de desentendimentos internos no seio da Associação Cross-Over relacionados com a publicação, garantia de pagamento à gráfica e atrasos na tradução do livro, entre outros motivos.
Se a Cross-Over sabia das razões identificadas por Ernesto Matos, por que motivo no seu comunicado oculta estes factos da opinião pública? O objectivo é óbvio, invocar razões externas, recorrendo à culpabilização e difamação de outrem, para desviar as atenções públicas dos problemas internos da associação.
Depois do que foi dito e das evidências apresentadas, não deixo de registar e reprovar com veemência as “manobras” da Associação Cross-Over, pretendendo denegrir a minha imagem e o cargo que exerço com zelo de Director do Museu da Graciosa e para o qual tenho vindo continuamente a actualizar-me com estudo, trabalho e dedicação superiormente avaliado com mérito, quer em contexto académico, quer em termos profissionais.
Conjuntamente com outros parceiros, locais ou do exterior, onde sobressaem as filarmónicas, os grupos de teatro, os coros, artistas e intelectuais de mérito reconhecido, o Museu da Graciosa tem desenvolvido um trabalho que é valorizado na ilha e no exterior. Esta instituição, como sempre o fez, vai continuar a trabalhar com artistas e intelectuais, mas sobretudo, com toda a população, instituições, associações e aqueles que diariamente nos visitam e procuram a nossa colaboração.


Graciosa, 1 de Setembro de 2014


Jorge António Cunha
Mestre em Património e Museologia
Director do Museu da Graciosa










































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