"Se a economia
não registada nos Açores tivesse a média da OCDE e sobre esse diferencial, que
passaria para economia oficial, fosse cobrada a taxa média de imposto de 20%,
haveria uma receita adicional de 100 milhões de euros", salientou Óscar
Afonso, coordenador do estudo, na apresentação dos primeiros dados, em Angra do
Heroísmo.
Para o investigador,
a disparidade de dados entre o todo nacional e os Açores pode ser justificada
por várias fatores, como o "enquadramento geográfico-político-jurídico
específico dos Açores", a "insularidade e localização geográfica do
arquipélago" ou os "sincronismos e dessincronismos da crise", já
que o comportamento da carga fiscal e da taxa de desemprego seguiram
"trajetórias diferentes no continente e nos Açores".
Outras das
características do arquipélago, que podem estar na base de uma economia
paralela maior, são "a Base das Lajes, a informalidade, a intensidade de
relações de vizinhança, os conflitos de interesse e a capacidade de regulação e
fiscalização".
O aumento de impostos
na região no próximo ano, por via da redução do diferencial fiscal, pode
provocar um aumento da economia paralela, na opinião de Óscar Afonso, tendo em
conta que os estudos comprovam que, por cada ponto percentual de impostos
diretos ou indiretos no PIB aumentado, a economia registada cresce 0,65 pontos
percentuais.
O presidente da
Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, Sandro Paim, salientou que a instituição
tem alertado desde 2008 para as consequências do "flagelo" que é a
economia paralela, tendo em conta que "provoca concorrência desleal muito
forte".
Fonte:Aonline