A Rádio Graciosa teve conhecimento
que a Unidade de Saúde da Ilha Graciosa fornece aos seus utentes água corrente,
ou seja a chamada água da torneira da rede pública.
Conhecida esta situação pedimos esclarecimentos
ao Conselho de Administração que nos respondeu que “num ato de gestão, deliberou que a água a ser
fornecida aos seus utentes passasse a ser da torneira, como aliás acontece em
diversas unidades de saúde, hospitais e outros departamentos públicos, contudo
acresce que a água fornecida por esta unidade de saúde, por decisão do Conselho
de Administração e para ter maior garantia e qualidade, é tratada (filtrada)
antes de ser consumida”.
A Administração desta Unidade de Saúde esclarece ainda
que a “filtragem garante que a água fica mais limpa, clara e reduz o cloro e
calcário e absorve metais como o chumbo e o cobre, bem como melhora o seu
sabor”.
No esclarecimento é referido ainda que “o Conselho de
Administração avaliou os resultados das análises tornadas públicas pela Câmara
Municipal (publicadas e divulgadas até no site da Rádio Graciosa) que comprovam
que a água é própria para consumo humano” e que também “foi contactada a Câmara
Municipal acerca da qualidade desta água, que garantiu ter a qualidade
necessária para ser consumida” e citamos.
Sobre o facto de os utentes terem que comprar água
para levar aos seus familiares internados na Unidade de Saúde diz o mesmo
esclarecimento tratar-se de “uma decisão a que têm direito”, embora garanta que
“nunca lhes foi recomendado, que o Conselho de Administração tenha
conhecimento, que trouxessem água de casa, ou a fossem comprar ao bar da
Unidade de Saúde, ou a qualquer outro local”.
A terminar o esclarecimento o Conselho de
Administração diz não entender qual a polémica à volta deste assunto, “até
porque a saúde dos seus utentes está em primeiro lugar e nunca iria por em
causa a sua saúde.”
Recordamos que as análises às águas do Concelho de
Santa Cruz da Graciosa embora indiquem que a água tem os valores mínimos
exigidos para consumo público possui um elevado índice de salubridade, o que
levou o Centro de Saúde há alguns anos, quando era dirigido pelo médico
Ferreira da Silva alertar a população para os perigos de se consumir água da
torneira devido ao sal que contém.
Sobre esta matéria a Rádio Graciosa contactou os
deputados eleitos pela ilha Graciosa para comentar este assunto.
José Ávila, do PS disse não acreditar que o órgão de
gestão do Centro de Saúde tome uma decisão que prejudique a saúde dos utentes.
O deputado socialista de qualquer forma diz que o que
é preciso é garantir que a saúde pública não está em causa.
João Costa, deputado do PSD
Graciosa, disse não ser aceitável que se poupe num aspecto relacionado com a
saúde.
O deputado social-democrata disse
que se pode poupar em outras coisas que não sejam tão directamente ligadas à
saúde das pessoas e deixou a pergunta se as pessoas que administram o Centro de
Saúde também bebem água da torneira nas suas casas?
Um acto de gestão por parte da
Administração do Centro de Saúde de Santa Cruz da Graciosa, que garante
qualidade da água corrente fornecida aos utentes.