"O governo está só nas suas fantasiosas afirmações", afirmou
António Marinho, vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata, na
abertura do debate de urgência sobre aquele relatório.
António Marinho frisou que o documento "revela de forma nua e
crua" que a situação das finanças públicas regionais "não oferece
boas garantias", denunciando "a irresponsabilidade de quem tem usado
e abusado dos dinheiros públicos".
“O Governo está isolado na manipulação dos números”, afirmou, acrescentando
que “a verdade não é o forte deste governo aflito”.
O “descalabro financeiro” do setor da saúde e os “riscos de derrapagem
orçamental” referidos no documento da IGF foram também referidos por António
Marinho, para quem o Governo Regional socialista “pediu ajuda ao Governo da
República porque não tinha dinheiro para pagar o que deve”.
Na resposta, Sérgio Ávila, vice-presidente do executivo regional, frisou
que o relatório da IGF indica que “não há desvio ou derrapagem, validando os
dados apresentados pelo Governo dos Açores”, acrescentando que “as contas da
região, foram mais uma vez, certificadas por uma entidade externa”.
“O PSD só tem uma saída, que é pedir desculpa aos açorianos por ter
levantado falsas e infundadas suspeitas”, afirmou, salientando que, para os
social-democratas, “vale tudo para atacar o governo”.
No debate que se seguiu, Aníbal Pires, do PCP, e Zuraida Soares, do BE,
pediram esclarecimentos ao Governo sobre a situação da Eletricidade dos Açores
(EDA), nomeadamente sobre uma possível privatização que estaria a ser
preparada.
“Queremos saber se o Governo está a preparar a privatização nas costas dos
açorianos e à revelia do parlamento”, afirmou Zuraida Soares, recordando que a
EDA “é a empresa mais sólida da região”.
Por seu lado, Pedro Medina, do CDS-PP, criticou a “falta de rigor e
transparência” do governo açoriano na apresentação de alguns números, mas
também dirigiu críticas ao PSD pelo excesso de promessas feitas nesta fase de
pré-campanha para as eleições regionais de outubro.
“O PSD acusa o governo de usar e abusar dos dinheiros públicos, mas tem uma
atuação igual, prometendo mundos e fundos”, afirmou.
Regional