Vinício de Faro e Brito de
Albuquerque, nasceu a 6 de Dezembro de 1917 em Angra do Heroísmo.
Filho de António Maria e Brito e
Albuquerque, cuja família vivia na freguesia de São Mateus, Concelho de Santa
Cruz da Graciosa, na rua da casa da família na rua que hoje se chama Dr. Brito
de Albuquerque.
Vinício Albuquerque passou a sua
infância na Terceira, ilha onde o pai trabalhava na altura como Funcionário as
Finanças, no entanto passava largas temporadas na Graciosa, mas foi na Terceira
que completou os seus estudos liceais para depois ingressar na Faculdade de
Medicina de Lisboa, onde se formou em Estomatologia.
Foi na época de estudante universitário que
conheceu Maria de Lourdes Bravo Teixeira Gomes, com quem veio na casar em 1944.
Vinício Albuquerque era um jovem
recém-licenciado e já casado quando veio para a Graciosa a convite da Santa
Casa da Misericórdia da Praia para ser o médico da instituição e gerir alguns
serviços de apoio à população na área da saúde, em conjunto com o médico João
Maria Jardim.
Na sua atividade particular abriu
dois consultórios na Graciosa, um em Santa Cruz e outro em São Mateus, em que
prestava consultas à população. Nesta sua atividade como dentista na ilha,
criou um cartão de saúde apenas para os utentes dos seus consultórios, uma
medida inovadora para a época.
Enquanto médico da Santa Casa da
Misericórdia da Praia, criou em conjunto com a mulher uma secção
materno-infantil, em que prestavam apoio às crianças e mulheres grávidas, área
em que se mostrou sempre muito interessado. Pelas suas mãos nasceram muitas
crianças na Graciosa e quando os partos se mostravam difíceis formava equipa
com João Maria Jardim, juntos resolveram muitas situações de saúde
materno-infantil complicadas.
Foi ainda pela mão de Vinício
Albuquerque e sua mulher que foi criada a cozinha económica na mesma Santa
Casa, com a realização de cortejos de merendas dos produtos com que era
confecionada a comida para as famílias pobres.
Durante a sua permanência pela
Graciosa ocupou na área politica o cargo de Presidente da Câmara Municipal de
Santa Cruz da Graciosa, na altura acompanhado de Manuel Barcelos e Eurico
Vasconcelos.
Vinício de Albuquerque também fez
parte da sociedade diretiva dos Transportes Marítimos Graciosenses. Chegou a
ser gerente da sociedade já na altura em que navegava o Espírito Santo, que
aliás foi construído junto à sua casa em 1970, por homens vindos da ilha do
Pico.
Participou noutras sociedades
económicas, pois tinha uma visão de empresário e foi assim que criou o maior e
um dos melhores pomares de citrinos da ilha, cujos produtos eram vendidos na
ilha.
Vinício de Albuquerque tinha
também gosto pela cultura e pelo desporto. Foi assim que chegou a ser
presidente da Sociedade Filarmónica União Praiense, foi jogador de voleibol
pela equipa de voleibol de São Mateus e mais tarde jogador de futebol do
Mocidade Praiense.
Vinício de Albuquerque era já um
homem de meia-idade quando decidiu deixar a Graciosa com a mulher e os dois
filhos rumo a Lisboa para trabalhar no Instituto do Sangue, cargo que exerceu
até se reformar.
Durante a sua estadia em Lisboa
tornou-se o ponto de contacto e de promoção de marketing dos TMG na capital
portuguesa e o seu lado de caridade manteve-se até já depois de reformado,
prestando apoio aos doentes da Graciosa que iam para o continente em busca de
tratamentos médicos. Há casos de sucesso que foram só conseguidos com a sua
ajuda e determinação.
Vinício de Albuquerque foi assim
um cidadão exemplar em vários momentos e lugares, cultivando e defendendo
sempre a afeição aos Açores e em particular à Ilha Graciosa, terra natal da sua
família, cujas raízes se orgulhava de honrar.
Um Notável para sempre ligado à
história da Graciosa, a quem a Rádio Graciosa presta homenagem.