O
Presidente do Governo dos Açores alertou para a necessidade de os açorianos
defenderem as prerrogativas do Arquipélago na exploração das riquezas do mar da
sua zona económica.
Reforçando
a ideia de que os açorianos têm uma palavra a dizer sobre o que se passa à sua
volta, recordou que o mar sempre foi, e continua sendo, um factor de relevo na
história e um património importante dos Açores.
“Já fomos
indispensáveis para a navegação marítima no Atlântico, fomos indispensáveis
para a navegação aérea, somos ainda fundamentais para a projecção de forças no
plano militar, somos importantes, hoje, no dispositivo das tecnologias
espaciais e muito valiosos – absolutamente indispensáveis – para a expressão
territorial portuguesa”, afirmou.
Falando em
Westport, no jantar de encerramento das Grandes Festas do Espírito Santo da
Nova Inglaterra – de que foi o convidado de honra – Carlos César disse que
“temos de aproveitar, nos Açores, o interesse que inúmeros países e inúmeras
empresas de todo o mundo têm hoje pela prospecção e exploração futura dos
nossos recursos minerais, energéticos e biológicos do oceano profundo.”
Para o
Presidente do Governo dos Açores é igualmente importante que os lucros dessa
exploração “não sejam engolidos pelo país ou perdidos para o estrangeiro”,
considerando que esse é um grande desafio para os Açores, um desafio do qual
dependerá o progresso da Região nos próximos anos e a sua sustentabilidade.
“O nosso
mar vale todas as batalhas”, sublinhou Carlos César, acrescentando esperar que
aqueles que lhe sucederem no Governo Regional “batalhem pelo nosso mar, porque
a batalha pelo nosso mar é uma batalha pelo valor dos Açores e pela qualidade
de vida dos açorianos.”
Às cerca
de quinhentas pessoas presentes, Carlos César deixou a ideia de que se deve
apostar nas novas gerações para liderarem as esperanças num futuro melhor,
precisando que “a juventude deve ter uma posição tendencialmente liderante da
autonomia, uma posição liderante na inovação, na criação, na gestão, na
cultura.”
Manifestando
a esperança de que não só na Região, mas também nas comunidades emigrantes, se
cumpra essa “regra de sustentabilidade no tempo de uma ideia, como de um
projecto”, apelou aos jovens para tomarem a liderança das instituições que, no
estrangeiro, preservam a continuidade da herança cultural e da sua identidade,
dando, ao mesmo tempo, uma nova visão dos Açores.
“Os Açores
do passado no passado ficam. São uma boa recordação para nós, são motivo de
orgulho para nós, mas a nossa maior aposta deve ser os Açores do presente, os
Açores modernos, os Açores progressivos que estamos a construir e que queremos
consolidar e fazer vencer no futuro”, acentuou.