O Governo dos Açores
anunciou a colocação de 808 professores nas escolas do arquipélago no próximo
ano letivo, mas os sindicatos, apesar de reconhecerem o aumento registado,
alertam para a "falta de estabilidade"
"Reconhecemos o aumento do
número de colocações este ano, embora venha compensar a diminuição de anos
anteriores", afirmou Sofia Ribeiro, presidente do Sindicato Democrático
dos Professores dos Açores (SDPA), em declarações à Lusa, alertando que "estes
docentes continuam a não ter qualquer estabilidade”.
Sofia Ribeiro salientou que os
docentes agora contratados "não têm sustentação normativa que lhes dê
esperança de colocação no próximo ano letivo, ficando dependentes da
volatilidade do governo".
Por seu lado, António Lucas,
presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), apesar da
satisfação com o aumento das contratações, frisou que “os horários correspondem
a necessidades transitórias do sistema, enquanto as vagas são necessidades
permanentes”, acrescentando que a expectativa dos docentes contratados é que
“no próximo concurso interno os horários se transformem em vagas”.
Para este dirigente sindical, o
aumento das contratações registado este ano resulta da redução do número de
alunos por turma, que passou de 25 passa para 23, e do reforço das disciplinas
de Português e Matemática nos 2.º e 3.º ciclos com mais 45 minutos por semana.
A Secretaria Regional da Educação
anunciou que, entre as 832 vagas do concurso para contratação a termo resolutivo,
foram colocados 808 dos 4.889 docentes que concorreram, considerando que estes
dados representam um “aumento significativo de vagas e colocações em
praticamente todas as modalidades de ensino”.
Os dados do executivo indicam que
se registou neste concurso um aumento de 26 por cento de candidatos opositores
à oferta de emprego em 2012, quando comparado com o ano anterior,
verificando-se também um aumento na taxa de colocações relativamente ao ano
anterior.
Segundo a Secretaria Regional da
Educação, o aumento do número de vagas verificado decorre fundamentalmente da
necessidade de garantir de forma sustentada a extensão da escolaridade
obrigatória para 12 anos e até aos 18 anos de idade e da continuidade da
política educativa no sentido de promover a igualdade de oportunidades,
valorizar a educação e melhorar a qualidade do ensino.
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