O presidente do CDS-PP nos Açores, Artur Lima,
denunciou o "monstruoso" excesso de trabalho imposto aos funcionários
da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), que estão a desempenhar funções
para os quais não têm formação.
"Aquele que foi um bom instrumento do governo do
PS, de grande utilidade para os cidadãos, está a transformar-se gradualmente
num pesadelo para os cidadãos e para os funcionários", afirmou Artur Lima,
numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, salientando que o excesso de
trabalho dos funcionários está a ter consequências ao nível do atendimento.
O líder regional do CDS-PP salientou ainda que os
funcionários da RIAC, uma rede de balcões que está espalhada por todo o
arquipélago, estão a desempenhar funções que são da responsabilidade dos
hospitais.
"É um atentado à dignidade da pessoa humana
colocar um funcionário administrativo a ligar para doentes inscritos em listas
de espera cirúrgicas pelo seu médico, a perguntar se querem continuar na lista
de espera", afirmou, salientando que "quem deve reobservar o doente,
reavaliar a sua situação clínica e decidir se deve estar na lista de espera é o
médico".
Artur Lima considerou que o contacto da RIAC com os
doentes só pode ser encarado como uma "medida de poupança", acusando
o executivo regional socialista de não ter dinheiro "para executar
cirurgias no Serviço Regional de Saúde".
"Eu disse no dia 21 de fevereiro que a dívida da
saúde rondaria 1.000 milhões de euros. Esse número está absolutamente
confirmado pelo Governo Regional, que assumiu já algumas dívidas no memorando
de entendimento que fez com a República", salientou.
Artur Lima frisou ainda que, devido à retirada dos técnicos
da Segurança Social das Casas do Povo, "os funcionários da RIAC até têm de
processar o pagamento do COMPAMID (apoio a idosos para aquisição de
medicamentos) e de comparticipações médicas, sem perceberem como, porque não
tiveram formação".
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