Manuel de Barcelos Silveira
Bettencourt
Manuel Barcelos Silveira Bettencourt nasceu a 6 de Julho de 1916, na Ilha Graciosa. Desde cedo Manuel Barcelos mostrou ter uma visão de futuro e de ser possuidor de um enorme espírito empreendedor.
Manuel Barcelos nasceu e viveu num
tempo que era tudo menos fácil, e por isso, ainda tem mais valor, perante as
dificuldades da época que conseguiu erguer uma conserveira, de peixe, no
período, instalada no Edifício da Casa do Povo da Praia. Era um projeto, que se
fosse nos dias de hoje diríamos ser, pioneiro e inovador, era um projecto e uma
fábrica que empregava imensos homens, dotada de materiais novos e modernos.
Mais tarde o empreendedor com visão
de futuro construiu uma fábrica de raiz, na Rochela, freguesia de S. Mateus com
equipamentos ainda mais modernos e com a maior capacidade de conservação dos
Açores. Só para se ter uma noção da sua grandeza, teve que adquirir um grupo
gerador de energia, que era maior do que a totalidade da ilha tinha instalado. Manuel
Barcelos, mandou construir também uma frota de vários atuneiros, com uma
capacidade apreciável para capturas de atum.
Na revista Açores - Madeira,
publicada em 1955, Manuel Barcelos era caracterizado como "Braço forte
e visão rasgada; incansável e exemplar homem de trabalho" e mais à
frente refere que "vai dotar a sua estimada ilha Graciosa com uma
Fábrica de Conservas que ficará a ser a mais importante dos Açores e uma das
melhores do País". No mesmo artigo, aquela revista refere, e passamos
a citar, "a nova fábrica, que ocupará uma área de 5 mil metros
quadrados, e cujo custo, devidamente apetrechada, orçará por cerca de 3 mil
contos, constitui, de verdade, um grandioso empreendimento a que o nome e a acção
do seu realizador ficarão honrosamente ligados".
Manuel Barcelos foi derrotado pelas
condições que imperavam naquele tempo, nomeadamente pelas avarias nos
equipamentos de frio e pela ausência de um porto de abrigo que possibilitasse o
alargamento do trabalho mais alguns meses.
Manuel Barcelos que foi o maior empregador
desta ilha, vinha a falecer a 15 de Outubro de 1989, na memória ficam
qualidades de um cidadão de reconhecido valor e mérito, com grandes capacidades
empreendedoras, um invulgar sentido de justiça social e um notável que a Rádio
Graciosa presta aqui a sua devida homenagem.
Texto adaptado da publicação do deputado José Ávila no
blogue temponovo.blogspot.com