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Rádio Graciosa


01 julho 2016

PCP leva problema das ligações marítimas com a Graciosa ao Parlamento Regional

A Representação Parlamentar do PCP Açores terminou ontem mais uma visita oficial à ilha Graciosa, que decorreu entre os dias 28 e 30 de Junho.
Nesta visita realizaram-se reuniões com a Câmara Municipal de Santa Cruz, com o Núcleo Empresarial da Graciosa, com a Associação de Agricultores da Ilha Graciosa e com a Unidade de Saúde de Ilha, a par de múltiplos contactos informais, com o objetivo de “atualizar a sua informação sobre os problemas da ilha e conhecer a sua evolução mas, sobretudo, ouvir diretamente os graciosenses e as suas preocupações, para as levar ao Parlamento Regional, que é uma marca característica e distintiva da forma como o PCP entende e pratica a atividade política.”

Na apresentação das conclusões da visita, Aníbal Pires referiu que “a Graciosa é vítima de um progressivo e continuado esvaziamento da sua base económica, não apenas do sector produtivo, agricultura e pescas, mas também dos serviços e do turismo. Estas dificuldades são agravadas pelas opções políticas centralizadoras, que continuam a deixar, ano após ano, muitos investimentos e equipamentos indispensáveis para o desenvolvimento da ilha no campo fantasioso das promessas eleitorais, sem nenhuma concretização na realidade” e dá como exemplo a construção do matadouro, Adega Cooperativa e Marina da Barra, “apenas para dar alguns exemplos, que, neste ano eleitoral parecem apresentar alguns avanços e progressos, mas cuja conclusão se encontra ainda muito longe, apesar de serem prometidos e reprometidos aos graciosenses há muitos, muitos anos.”

“As insuficiências dos sistemas de transportes agravam as dificuldades da ilha e não lhe permitem superar o isolamento, o que também contribui para estrangular cada vez mais criação de emprego, tornando a ilha incapaz de atrair e fixar população.”

A exclusão da Graciosa da linha lilás da Atlânticoline, “que permitiria ligações marítimas frequentes, rápidas e acessíveis com as ilhas Terceira e São Jorge, é mais um exemplo das políticas centralizadoras erradas do Governo Regional, que prejudicam seriamente as ilhas de menor dimensão. O lamentável silêncio dos Deputados eleitos pelo círculo eleitoral da Graciosa demonstra bem a necessidade dos graciosenses apostarem em vozes alternativas, que com maior independência e mais determinação, defendam os seus interesses”, referiu Aníbal Pires em conferência de imprensa.

“Uma vez que se trata apenas de uma opção política e não de qualquer dificuldade técnica” a Representação Parlamentar do PCP deu ontem entrada de um Projecto de Resolução, “a ser discutido com urgência, já na próxima sessão do Parlamento Regional, para que o trajecto da linha lilás da empresa Atlânticoline seja alterada tão rapidamente quanto possível, de forma ainda a poder aproveitar a corrente época de Verão.”

À Rádio Graciosa o deputado do PCP referiu que é inadmissível que a Graciosa continue a ser excluída “do serviço dos ferries que foram adquiridos com fundos públicos que pertencem a todos os açorianos”.


Quanto à situação da agricultura, o PCP destaca a “difícil situação dos produtores graciosenses, que recebem dos valores mais baixos de toda a Região pelo leite que produzem”, as “alterações ao subsídio à vaca leiteira levaram também a que fossem comparativamente prejudicados, uma vez que deixa de existir diferenciação para os compensar dos custos acrescidos específicos por produzirem na ilha Graciosa”.


Sobre situação social da ilha Anibal Pires diz que “continua a agravar-se, agora também por via dos múltiplos programas ocupacionais que contribuem para que não haja criação de emprego real e mantêm muitos graciosenses desempregados numa situação de precariedade permanente, sem direitos e com baixíssimos salários e sem qualquer perspectiva de emprego no futuro.”


Para o PCP “outra questão estrutural da ilha Graciosa que continua sem resposta suficiente, prende-se com a captação e distribuição de água para consumo humano e para a actividade agrícola”, em que “o Governo Regional não se pode demitir das suas responsabilidades e tem de auxiliar de forma mais intensa e directa o Município a encontrar soluções e alternativas, como podem ser as modernas tecnologias de dessalinização em unidades de pequena dimensão, bem como a modernizar a rede


de distribuição, evitando as elevadas perdas que ocorrem actualmente.”




Nesta visita de três dias à Graciosa, o PCP registou como positivo “algum crescimento do sector da vinha”.

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