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Rádio Graciosa


22 julho 2016

Artigo de Opinião de José Ávila intitulado “As Linhas”

O Partido Comunista Português apresentou, na passada sexta-feira, um Projeto de Resolução que recomenda ao “Governo Regional que tome urgentemente as medidas necessárias para que, ainda durante o corrente verão, a Graciosa passe a fazer parte das ilhas tocadas pelos navios da Atlanticoline no âmbito da linha lilás, com uma frequência e horários adequados, contribuindo para quebrar o isolamento e melhorar as acessibilidades àquela ilha”.
A linha lilás faz, entre os dias 18 de junho e 17 de setembro, 25 toques com a ilha Terceira. Neste momento e se a estendêssemos à Graciosa teríamos mais estes toques nesta ilha, mas sem qualquer possibilidade de transportar viaturas ou carga rodada para a Angra do Heroísmo ou para a Calheta de S. Jorge, devido à falta de rampas naqueles dois portos, o que quer dizer que não iria trazer grandes benefícios aos Graciosenses.
Na operação deste verão, a Graciosa é servida por 74 toques. Desses, 5 fazem vaivém com a Terceira, em 8 o navio passa duas vezes no mesmo dia, fazendo Terceira, Graciosa e seguindo para S. Jorge, Pico e Faial e o inverso. Nos outros 69 toques, cerca de metade vem do Faial, Pico e S. Jorge, seguindo para a Terceira. Na outra metade faz precisamente ao contrário.
Como é sabido, esta proposta, tal como está, pressupunha uma alteração de horários ainda para este ano, precisamente a meio da operação, situação nada aconselhável para os operadores que querem planear as suas vendas com cerca de um ano de antecedência.
Sempre defendemos o aumento do número de toques na Graciosa pelos navios de passageiros e sempre defendemos que estas melhorias deveriam ser acompanhadas com o aumento da frequência dos transportes aéreos que é, como se sabe, o transporte que os Graciosenses utilizam preferencialmente.
Entre 2013 e 2016 os toques dos navios da Atlanticoline aumentaram de 59 para 74. Na operação deste ano teremos, em média, 1 toque por cada 1,9 dias.
No mesmo período os voos aumentaram de 450 para 634 por ano e os lugares disponíveis cresceram 40% e a capacidade de carga cerca de mais 42%, relativamente ao ano passado.
Este esforço tem sido feito para compensar a Graciosa pelos constrangimentos que a sua localização geográfica impõe.
O Partido Socialista entendeu que esta proposta apresentada neste modo e neste tempo, não era exequível por não ser possível alterar a operação a meio, havendo o sério risco dos Graciosenses ficarem pior servidos.

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