O Partido Comunista Português
apresentou, na passada sexta-feira, um Projeto de Resolução que recomenda ao
“Governo Regional que tome urgentemente as medidas necessárias para que, ainda
durante o corrente verão, a Graciosa passe a fazer parte das ilhas tocadas
pelos navios da Atlanticoline no âmbito da linha lilás, com uma frequência e
horários adequados, contribuindo para quebrar o isolamento e melhorar as
acessibilidades àquela ilha”.
A linha lilás faz, entre os dias
18 de junho e 17 de setembro, 25 toques com a ilha Terceira. Neste momento e se
a estendêssemos à Graciosa teríamos mais estes toques nesta ilha, mas sem
qualquer possibilidade de transportar viaturas ou carga rodada para a Angra do
Heroísmo ou para a Calheta de S. Jorge, devido à falta de rampas naqueles dois
portos, o que quer dizer que não iria trazer grandes benefícios aos
Graciosenses.
Na operação deste verão, a
Graciosa é servida por 74 toques. Desses, 5 fazem vaivém com a Terceira, em 8 o
navio passa duas vezes no mesmo dia, fazendo Terceira, Graciosa e seguindo para
S. Jorge, Pico e Faial e o inverso. Nos outros 69 toques, cerca de metade vem
do Faial, Pico e S. Jorge, seguindo para a Terceira. Na outra metade faz
precisamente ao contrário.
Como é sabido, esta proposta, tal
como está, pressupunha uma alteração de horários ainda para este ano,
precisamente a meio da operação, situação nada aconselhável para os operadores
que querem planear as suas vendas com cerca de um ano de antecedência.
Sempre defendemos o aumento do
número de toques na Graciosa pelos navios de passageiros e sempre defendemos
que estas melhorias deveriam ser acompanhadas com o aumento da frequência dos
transportes aéreos que é, como se sabe, o transporte que os Graciosenses
utilizam preferencialmente.
Entre 2013 e 2016 os toques dos
navios da Atlanticoline aumentaram de 59 para 74. Na operação deste ano
teremos, em média, 1 toque por cada 1,9 dias.
No mesmo período os voos
aumentaram de 450 para 634 por ano e os lugares disponíveis cresceram 40% e a
capacidade de carga cerca de mais 42%, relativamente ao ano passado.
Este esforço tem sido feito para
compensar a Graciosa pelos constrangimentos que a sua localização geográfica
impõe.
O Partido Socialista entendeu que
esta proposta apresentada neste modo e neste tempo, não era exequível por não
ser possível alterar a operação a meio, havendo o sério risco dos Graciosenses
ficarem pior servidos.