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Rádio Graciosa


26 março 2015

PCP Açores acusa governo de "paralisar desenvolvimento da Graciosa"


A Representação Parlamentar do PCP Açores terminou mais uma visita oficial à ilha Graciosa, que decorreu entre os dias 23 e 26 de Março.
O Deputado do PCP procurou, com esta estadia e os contatos que fez, aprofundar o conhecimento dos problemas da ilha, acompanhar a sua evolução e desenvolvimentos e, sobretudo, ouvir os graciosenses, cara a cara e de viva voz, com vista a levar as suas preocupações e a sua vontade ao Parlamento Regional.
Para além de múltiplos contactos informais, realizaram-se reuniões com a Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, as Juntas de Freguesia de São Mateus e de Guadalupe, com a Adega Cooperativa da ilha Graciosa e ainda uma visita à central térmica da EDA e ainda uma apresentação sobre o Projeto de energias renováveis que está a ser desenvolvido em parceria com a empresa Younicos. 
As conclusões da visita foram apresentadas ao final da manhã desta Quinta-feira, com o PCP a dar "destaque, pela sua importância e natureza inovadora, o projeto de energias renováveis, parceria entre a EDA e a Younicos que visa reduzir a dependência dos combustíveis fósseis na produção elétrica. A introdução destas tecnologias traz enormes benefícios ambientais, nomeadamente em termos da libertação de CO2 na atmosfera, mas também grandes vantagens económicas, ao reduzir a vulnerabilidade em relação ao instável preço do petróleo nos mercados mundiais. No entanto, o PCP considera que é mais do que tempo que os benefícios trazidos pelas energias renováveis revertam também para os consumidores." O PCP recordou que os lucros da EDA têm tido um forte crescimento nos últimos anos, mas o Governo Regional continua a recusar sistematicamente as propostas do PCP para atribuir um desconto imediato de 10% no custo da eletricidade às famílias e às empresas dos Açores e continua, anualmente, a distribuir milhões de euros em dividendos aos acionistas da EDA. 
Nesta visita à Graciosa a representação do PCP verificou "a total paralisação e adiamento de um conjunto de projetos estruturais para o desenvolvimento da ilha, que são prometidos e reprometidos, todos os anos, aquando das visitas do Governo Regional ou perto de atos eleitorais. Uma atitude que demonstra o abandono e o profundo desinteresse do Governo Regional do PS em relação à Graciosa e aos seus problemas."
Exemplo disso é o caso da construção do novo matadouro, cuja obra que se espera seja adjudicada este ano, o que significa que, se tudo correr bem e o Governo Regional não optar por outras prioridades, apenas no ano eleitoral de 2016 os graciosenses verão inaugurado este novo equipamento. 
A remodelação e modernização da Adega Cooperativa, com adiamento ano após ano, continua sem fim à vista, apesar dos esforços dos agricultores graciosenses. Refere o PCP que o governo "apressou-se a fazer uma precipitada cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra, primeira pedra que ficou solitária e inútil, como mais um monumento de uma desnorteada governação."
Mereceu registo do PCP a recuperação dos pauís da praça central de Santa Cruz, "uma obra múltiplas vezes prometida pela Câmara Municipal mas que continua sem qualquer desenvolvimento."
A "situação escandalosa das termas do Carapacho, mais uma vez encerradas, mais uma vez em obras de prazo desconhecido", as "estradas da ilha se degradam, como é exemplo a estrada da Serra, sem que estejam garantidas as necessárias obras de reabilitação e manutenção" e o "reprometidíssimo projeto da Marina da Barra continua paralisado e sem perspetiva de avançar" são outros exemplos do que está estagnado na Graciosa, diz o PCP.
Os transportes tambem são criticados pelo PCP, devido à "desadequação dos horários e dos equipamentos face às necessidades e à procura do serviço de transporte aéreo causam enormes constrangimentos para quem quer chegar à ilha ou dela pretende sair, não garantindo ligações mais céleres para quem viaja para o continente."
Também os horários dos navios da Atlânticoline "não apresentam melhorias em relação aos anos anteriores, fazendo que com que o turismo da Graciosa continue estrangulado, bem como não se compreende que as ilhas do grupo central não disponham, ainda, de ligações marítimas de transporte de passageiros e carga rodada durante todo o ano."
A terminar a visita à Graciosa, Anibal Pires concluiu que o "Governo Regional de Vasco Cordeiro continua a demonstrar que a sua prioridade política não é o desenvolvimento das ilhas mais pequenas e nomeadamente da Graciosa. Insistindo na política de centralização de recursos e investimentos nas ilhas de maior dimensão, o Governo Regional deixa por concluir projetos estruturantes e as populações veem adiados os investimentos necessários, que não até agora são apenas promessas por cumprir, que se repetem a cada ciclo eleitoral."

O PCP deixou um apelo aos graciosenses para que se indignem, protestem e deem, também nas urnas, a resposta que se impõe a quem continua a por em causa o progresso da sua ilha", garantindo que "na mudança política de que a Graciosa e os Açores precisam, os graciosenses podem contar, como sempre, com o PCP a seu lado.^"


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