A Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa reuniu na
noite de Sexta-feira, com 4 pontos na agenda.
No primeiro ponto, apreciação e votação do relatório de
atividades e situação financeira da Câmara Municipal, João Costa foi o primeiro
a pedir a palavra sobre a atividade do dia 4 de Novembro, em que foi discutida
ADOC-Gestão Documental, com Avelar Santos a não lembrar-se do assunto, levando
o deputado municipal do PSD a lamentar que o presidente da Câmara tenha ido
passear para a Madeira e sendo um facto que desconhece o que se passou no
colóquio da ATAM, onde supostamente estaria a participar.
Avelar Santos respondeu que não esteve uma semana na
Madeira e que foi a Porto Santo, através de um convite, para observar uma
estação de dessalinização de água. O autarca referiu que durante o congresso
muitos assuntos importantes foram falados e esclareceu que depois do congresso
é que gozou uma semana de férias em Lisboa, não enquanto esteve no Congresso da
associação de Técnicos Municipais.
José Ávila, líder da bancada PS, lamentou que se tenha
chegado a este tipo de discussão, afirmando que estava-se a ultrapassar aquilo
que é o papel da assembleia e lembrou que ele próprio quando uma vez participou
nesse congresso, havia até excursões para quem quisesse conhecer o local, onde
estava a decorrer o encontro.
João Costa ainda apresentou o programa do colóquio, e disse
não poder ser “normal”, ir-se para colóquios e estar-se a passear enquanto
estes decorrem, o que demonstra o ponto a que se chegou. Num tempo de
dificuldades, não é admissível para João Costa, o que se passou e convidou o
autarca a reflectir sobre as actas da Câmara Municipal, que espelham que a
senhora vice-presidente é que o substitui constantemente.
Avelar Santos acusou o deputado que ser incorrecto ao tentar
fazer galhofa na assembleia e afirmou que quando sai em serviço da câmara, vai
satisfeito, com o objectivo de trazer benefícios para a ilha.
Gerou-se um longo período de discussão sobre o assunto, por
vezes até com palavras mais fortes de ambas as partes, com o deputado da
bancada PSD a insistir que deve haver cautela na forma como se gasta os
dinheiros públicos, quando há graciosenses a passar fome, devendo ser o
presidente da Câmara o primeiro a dar o exemplo.
Avelar Santos acusou o deputado de mesquinhez e quando a
discussão já ia longa e a aumentar de intensidade, João Teixeira, presidente da
Assembleia viu-se obrigado a intervir, chamando à atenção pelo respeito que se
deve ter pelos munícipes, que a Assembleia não é lugar para especulações e
pediu a dignificação dos trabalhos.