Pela vossa saúde!
Não há bem mais precioso do que a
saúde!
Contudo, na ilha Graciosa, com os
seus cerca de 4000 habitantes e esporádicos visitantes, é o bem mais escasso do
momento!
Na Graciosa vive-se o pior que
alguma vez se viveu em termos de problemas com a saúde dos graciosenses.
A unidade de ilha está à deriva, sem
administração e sem rumo.
A Presidente do Conselho de Administração
está, legitimamente, ausente e a vogal de enfermagem que acumulava mais
funções, também legitimamente, aposentou-se.
Nos bastidores das políticas das
nomeações vai faltando quem pense na saúde dos habitantes, que reclamam com
maior legitimidade que acabe de vez o desgoverno que se apoderou da ilha.
A saúde vai faltando, faltam
consultas que demoram meses a realizar-se, publicam-se concursos que aparecem e
desaparecem sem se concretizar e continua o drama das receitas por aviar, dos
pedidos fora da ilha por um medicamento que preserva uma vida.
Que bem mais precioso se pode negar
a uma comunidade fechada numa pequena ilha?!?
É mais do que um dever ou uma
obrigação não esquecer o que se está a passar com a Ilha Graciosa.
É, também, revoltante assistir à
degradação de algumas instituições supostamente representativas dos
Graciosenses, entregues à passividade perante o constante abismo para onde se
caminha!
Rolam milhões de obra em obra,
muitos milhões que não se cansam de repetir à exaustão, mas assiste-se a um
cataclismo na saúde da ilha.
O retrocesso civilizacional não está
certamente no novo Centro de Saúde e nos muitos milhões que custou. Não está no
Hotel ou nas Termas nem nos mais de uma dezena de milhões que ali se investiu.
Não há falta de modernidade no Museu nem na Praça de Santa Cruz e os milhões
gastos nestes projectos são a menina dos olhos do poder que manda na Graciosa.
Mas é um verdadeiro atraso de vida a
relação dos graciosenses com a prestação de cuidados de saúde.
Os responsáveis de toda esta amálgama
têm nome e nem se cansam de manifestar orgulho na forma como gerem a vida dos
graciosenses!
São o Governo e o "Partido que
Governa a Ilha".
Num lugar de beleza vertiginosa, de
paisagens edílicas, de luares inesquecíveis e fundos marinhos inigualáveis,
também vivem pessoas que merecem o respeito, a consideração, a atenção e a
saúde que lhes está a ser negada!
Estou certo de que a grande maioria
dos graciosenses partilha esta indignação que vão transmitindo a quem os queira
ouvir e não lhes vire a cara.
Muitos mais, fora da ilha ou emigrados,
conhecem esta indignação de quem, na Graciosa, sofre por cuidados de saúde.
E certamente que nos Açores todos
devem lutar para que a Graciosa não continue abandonada à sua sorte!
A ilha é pequenina, é certo, e
significa pouco em certos contextos regionais. Mas não existe contexto regional
sem contar com a ilha Graciosa, tal como não existem ultra periferias europeias
sem contar com os Açores!
Na periferia do isolamento vivem
graciosenses, açorianos, portugueses e europeus, que cultivam a terra, que
desbravam o mar e que correm atrás de uma vida melhor. Que também são
contribuintes numa região onde o poder político cuida muito bem dos seus, mas
descuida todos os outros!